Mandamentos Positivos 6 a 10

Mandamento Positivo 6

A sexta miswah é a de que somos ordenados a nos aproximarmos dos sábios e nos associarmos com eles. Devemos constantemente estarmos próximos a eles e com eles em todas as possíveis formas de amizade, como comer, beber e fazer negócios, para dessa forma ser bem sucedido em emular suas ações e conhecer por suas palavras a verdadeira forma de ver as coisas.

A fonte dessa miswah é a frase do Altíssimo: “E se apegue a Ele.” Esse mandamento é repetido: “A ele se apegarás”, e é explicado nas palavras do Sifri: “Aproxime-se dos sábios e de seus alunos.”

Nossos sábios também derivaram do verso “a Ele se apegará” de que se deve casar com a filha de um discípulo dos sábios; casar a filha com um discípulo dos sábios, dar benefícios aos discípulos dos sábios e a fazer negócios com eles. Nossos sábios dizem: “É possível para uma pessoa se apegar à Presença do Eterno, uma vez que o versículo diz: ‘Adonay vosso Elohim é fogo consumidor?!’ Na realidade, quem quer que se casa com a filha de um discípulo dos sábios [é como se tivesse se apegado à Presença do Eterno].

Mandamento Positivo 7

A sétima miswah é a de que somos ordenados a jurar em nome de Adonay sempre que necessário – seja para assegurar que algo será feito ou para nos impedir de fazer algo. Porque isso exalta, glorifica e magnifica o Altíssimo.

A fonte dessa miswah é a frase do Altíssimo: “E jurareis em Seu Nome.”

É dito explicitamente: “A Torah nos diz para ‘jurarmos em Seu nome’ e para ’não jurarmos.’” Isso significa que assim como não se deve fazer um juramento desnecessário, que é uma proibição, deve-se fazer um juramento necessário, o que é uma miswah positiva.

Portanto, não se deve jurar em nome de qualquer outra criação, como anjos ou estrelas. Uma exceção é se o sujeito for [o Eterno e estiver] evidentemente omitido, tal como alguém que jura na “verdade do sol”, mas com o sentido de “o verdadeiro Elohim do [isto é, que criou o] sol”. Essa é a maneira pela qual nossa nação jura mencionando o glorioso nome de Moshe, nosso mestre. É como se a pessoa proferisse o juramento “pelo Elohim de Moshe” ou “por Aquele que enviou Moshe.” Contudo, se a pessoa proferindo o juramento não tiver isso em mente, e jura em nome de um ser criado tendo em mente que esse objeto é tão verdadeiro que ele pode jurar por ele, transgrediu, e colocou um objeto no mesmo nível do Eterno. A tradição oral explica que “aquele que coloca um objeto no mesmo nível do Eterno é arrancado do mundo.”

Esta é a verdadeira intenção do versículo “jurar em Seu nome”,isto é, ter em mente que Ele sozinho é a Verdadeira Existência pela qual é apropriado jurar. No primeiro capítulo de Temurah, nossos sábios dizem: “Qual a fonte de que alguém pode fazer um juramento para cumprir uma miswah? O versículo ‘E jurareis pelo Seu nome.'”

Mandamento Positivo 8

A oitava miswah é a de que somos ordenados a imitar as ações dEle, da melhor forma possível, conforme é dito: “E andareis nos Seus caminhos.” Essa miswah é repetida no versículo “Para andar em todos os Seus caminhos.”

Isso é explicado: “Assim como Adonay é chamado de misericordioso, assim também, vós deveis ser misericordiosos. Assim como Adonay é chamado de bondoso, assim também vós deveis ser bondosos. Assim como Adonay é chamado de justo, assim também, vós deveis ser justos. Assim como Adonay é chamado de piedoso, vós também deveis ser piedosos.”

Essa miswah também é repetida no versículo “Andareis segundo Adonay vosso Elohim.” Isso também é explicado como emular as boas obras e os excelentes atributos que são usados para descrever alegoricamente o Altíssimo, que é incomensuravelmente exaltado acima de todas as coisas.

Mandamento Positivo 9

A nona miswah é a de que somos ordenados a santificar o Nome do Eterno, conforme Ele disse: “Santifica-Me entre o povo de Israel.”

Essa miswah requer que nós publiquemos a verdadeira fé para as massas. Isso deve ser feito sem o medo de retaliação, ao ponto de que mesmo se um poderoso tirano tentar nos forçar a negar o Altíssimo, não devemos obedecê-lo. Mas ao invés disso devemos inquestionavelmente nos submeter à morte, nem mesmo permitindo a ele pensar que tenhamos negado o Altíssimo, mesmo se ainda mantivermos a crença nEle em nossos corações.

Essa é a miswah de santificar o Nome do Eterno, na qual todos os filhos de Israel estão obrigados. Isso significa que aceitamos sermos mortos por um tirano por amor do Altíssimo, e pela crença em Sua Unicidade. Isso é semelhante às ações Hananyah, Mishael e Azariyah nos dias do iníquo Nabucodonosor, que forçou o povo a se prostrar a uma estátua, e todos os filhos dos homens – inclusive Israel – se prostraram. Não havia ninguém para santificar o Nome do Eterno, isso foi uma enorme vergonha para Israel. Todos não cumpriram essa miswah, e não havia ninguém para cumpri-la; todos estavam com medo.

Essa miswah é obrigatória somente quando em ambiente de temor, quando todos os habitantes do mundo estavam aterrorizados, e era então necessário difundir e anunciar a Sua Unidade.

Mas o Eterno já tinha prometido através do seu profeta Yeshayahu que o povo judeu não seria completamente desgraçado naquela ocasião difícil; e que alguns jovens estariam presentes que não teriam medo da morte, de abdicariam de suas vidas para tornar pública a fé no Eterno, santificando o Nome do Eterno em público, conforme fomos ordenados através de Moshe. Essa promessa está nesse versículo: “Ya’aqov não será agora envergonhado, nem agora se descorará a sua face. Mas quando ele vir seus filhos, obra das minhas mãos no meio dele, santificarão o Meu Nome; sim, santificarão ao Santo de Ya’aqov, e temerão ao Elohim de Israel.” [Is. 29:22-23]

O Sifra diz: “Sob essa condição eu os tirei do Egito; sob a condição de que eles publicamente santificassem o Meu Nome.”

Na Guemará de Sanhedrin, é indagado: “Um Ben Noah é ordenado a santificar o nome do Eterno ou não? Eis aqui uma afirmação que a prova: ‘As sete miswot dos Benê Noah.’ Se incluir esta, seriam oito!”

Assim é explicado que isso contra entre as miswot obrigatórias para Israel, e a prova dessa miswah está no versículo: “Santificai-Me em meio ao povo de Israel.”

Os detalhes dessa miswah são explicados no sétimo capítulo de Sanhedrin.

Mandamento Positivo 10

A décima miswah é a de que somos ordenados a recitar o Shema’ diariamente, tanto à noite quanto pela manhã.

A fonte dessa miswah é a afirmação do Altíssimo: “E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, [e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.” – Dt. 6:7]

Os detalhes dessa miswah foram explicados no tratado Berakhot. Lá, é explicado que recitar o Shema’ é uma miswah bíblica.

A Tossefta explica: “Assim como a Torah estabeleceu o horário para recitar o Shema’, assim também nossos sábios estabeleceram um horário para a oração [da ‘Amidah].” O sentido dessa afirmação é o seguinte: Apesar do orar em si ser ordenado pela Torah, conforme explicado anteriormente, os horários apontados para a oração não são. Os sábios estabeleceram os horários para a oração [da ‘Amidah.] Esse é também o sentido da afirmação: “As orações foram estabelecidas para corresponderem aos sacrifícios contínuos.” Isso significa que os sábios estabeleceram os horários da oração para corresponderem aos horários dos sacrifícios.

As mulheres não são obrigadas por essa miswah.

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