Mandamento Positivo 31 – Impureza Cerimonial e o Arraial
A trigésima-primeira miswa é a de que somos ordenados a remover do Templo pessoas que estejam cerimonialmente impuras.
A fonte dessa miswa é a frase do Altíssimo: “Ordena aos filhos de Israel que lancem para fora do arraial a todo que tem sara’at, e a todo o que padece fluxo, e a todo o que está oriundo por ter tocado num morto;” [Nm. 5:2]
O arraial referido é o acampamento da Presença do Eterno, que nas gerações posteriores corresponde ao pátio do Templo, conforme explicado em nosso comentário da Mishná, no princípio do Seder Taharot. Nas palavras do Sifri: “O versículo ‘Remover do arraial’ é uma proibição para aqueles que estão cerimonialmente impuros, para que não possam entrar no Templo enquanto ainda estiverem em estado de impureza cerimonial.”
Essa miswa é repetida em outra forma na frase do Altíssimo: “Se houver no meio de ti alguém que por algum acidente noturno não estiver limpo, sairá fora do arraial.” [Dt. 23:11] O arraial referido nessa frase é o acampamento da Presença do Eterno, assim como [a passagem citada para] esta mesma miswah. “Lancem fora do arraial.” Em Pessa<u>h</u>im é explicado: “O versículo ‘sairá fora do arraial’ se refere ao acampamento da Presença do Eterno.”
Nas palavras da Mekhilta: “O versículo ‘Ordena aos filhos de Israel que lancem para fora’ constitui uma miswa positiva. Qual é a fonte da proibição? O versículo ‘para que não contaminem o seu arraial.’” [Nm. 5:3]
E no Sifra: “A frase ‘sairá fora do arraial’ constitui uma miswa positiva.”
Mandamento Positivo 32 – Honrar o Sacerdote
A trigésima-segunda miswa é a de que somos ordenados a enaltecer, honrar e elevar os descendentes de Aharon; tratá-los de forma santa e respeitosa. Mesmo se eles se recusarem a aceitá-lo, não se deve dar ouvidos. Tudo isso é para honrar o Altíssimo, uma vez que Ele os separou para servi-Lo e oferecer os Seus sacrifícios.
A fonte dessa miswa é a frase: “Portanto o santificarás; porquanto oferece o pão do teu Elohim.” [Lv. 21:8]
Nossos sábios explicaram: “A expressão ‘o santificarás’ se refere a todo assunto de santidade: ele deve ser o primeiro a ler a Torah; o primeiro a recitar a bênção [após o alimento]; o primeiro a tomar a melhor porção.”
O Sifra também diz: “A expressão ‘o santificarás’ implica ‘mesmo contra a vontade dele.’ Isto significa que esta miswa é dada a nós e não depende do desejo do sacerdote.
Os sábios também disseram: “A expressão ‘serão santo ao Elohim deles’ [Lv. 21:6] também significa mesmo contra a vontade deles. ‘Eles devem permanecer santos’ vem a incluir até mesmo os sacerdotes que tenham mácula.”
Não devemos dizer: “Uma vez que ele não está apto a ‘oferecer o pão do teu Elohim’, por que devemos dar a ele tratamento diferenciado e exibir honra e respeito para com ele?” A Torah portanto diz: “Eles devem permanecer santos” – para ensinar que isso se aplica a todos os da linhagem distinta, quer maculados ou sem mácula.
As condições adequadas sob as quais deles devem ser honrados são explicadas em diversas passagens da Guemará: Makot, Hulin, Bekhorot, Shabat e outras.
Mandamento Positivo 33 – As Vestimentas Sacerdotais
A trigésima-terceira miswa é a de que os sacerdotes são ordenados a usar vestimentas especiais para dignidade e beleza, e somente depois disso servir no Templo.
As fontes dessa miswa são as afirmações do Altíssimo: “E farás vestes sagradas a Arão teu irmão, para glória e ornamento.” [Ex. 28:2] “Depois farás chegar seus filhos, e lhes farás vestir túnicas.” [Ex. 29:8]
As vestes sacerdotais referidas são oito usadas pelo sumo sacerdote e quatro usadas pelo sacerdote comum. O serviço do sacerdote no Templo é inválido caso ele o realizou usando menos ou mais do que as vestimentas designadas a ele para aquele serviço.
O sacerdote que realiza o serviço sem as vestimentas apropriadas recebe pena de morte dos céus. Semelhantemente, o vemos listado no fim de Sanhedrin entre os que recebem tal punição.
A Escritura não diz isso explicitamente, mas afirma: “E os cingirás com o cinto… para que tenham o sacerdócio” [Ex. 29:9]. Nossos sábios explicaram que “Enquanto os sacerdotes vestem essas vestimentas, seu sacerdócio está intacto, mas quando eles não vestem essas vestimentas, é como se não fossem sacerdotes.” Conforme explicaremos mais adiante, um não-sacerdote que serve no Templo recebe pena de morte.
O Sifra afirma acerca desse versículo: “Depois pôs-lhe o peitoral” [Lv. 8:8]: “Essa passagem nos ensina a lei para aquele tempo e para todas as gerações subsequentes: para o serviço diário e para o Yom Kipur. Para o serviço diário ele usa as vestimentas que contêm ouro, e para o serviço do Yom Kipur ele usa as vestimentas brancas.”
Podemos ver pelas palavras do Sifra que usar essas vestimentas é contado como miswa positiva. Ele afirma: “Que versículo nos ensina que Aharon não deve usar essas vestimentas para sua própria glória, mas sim como alguém que cumpre o decreto de um rei? O versículo: ‘E ele fez exatamente como Adonay ordenou a Moshe.’ [Lv. 16;34] Isso significa que apesar dessas vestimentas serem extremamente belas – feitas de ouro, esmeraldas, rubis, e outras pedras preciosas – a sua intenção não deveria ser adornar a si próprio, mas unicamente cumprir a miswa dada por Adonay a Moshe, isto é, de constantemente usar essas vestimentas no Templo.
Os detalhes dessa miswa são explicados no segundo capítulo de ZevaHim e em várias massagens de Yoma e Suka.
Mandamento Positivo 34 – Carregar a Arca da Aliança
A trigésima-quarta miswa é a de que somos ordenados que os sacerdotes devem carregar a arca em seus ombros sempre que ela for movida de um lugar para o outro.
A fonte dessa miswa é a afirmação do Altíssimo: “porquanto a seu cargo estava o santuário e o levavam aos ombros.” [Nm. 7:9]
E mesmo que a miswa tenha sido dita na época para os levitas, isso foi somente porque Aharon foi o primeiro sacerdotes, e portanto o número de sacerdotes à época era muito pequeno. Para as gerações futuras, contudo, essa miswa cabe aos sacerdotes. Eles são aqueles a quem é exigido carregarem-na, conforme explicado nos livros de Yehoshua’ [Js. 3:6] e Shemuel [2 Sm. 15:25].
Quando Dawid ordenou o transporte da arca uma segunda vez, conforme escrito em Divrê haYamim: “E os filhos dos levitas trouxeram a arca de Elohim sobre os seus ombros, pelas varas que nela havia, como Moshe tinha ordenado conforme a palavra de ADONAY.” [1 Cr. 15:15]
Semelhantemente, quando a divisão dos sacerdotes em 24 turnos é mencionado em Divrê haYamim, é dito posteriormente: “O ofício destes no seu ministério era entrar na casa de YHWH, conforme fora ordenado a Aharon seu pai, conforme lhes foi ordenado por ADONAY Elohim de Israel.”[1 Cr. 24:19] Nossos sábios explicaram que isso indica o serviço dos sacerdotes de carregar a arca em seus ombros – isso é o que foi “ordenado por ADONAY Elohim de Israel”
O Sifri diz: “O versículo diz ’conforme ordenado [a Aharon,] conforme ordenado por ADONAY Elohim de Israel’. Onde foram ordenados? No versículo: ‘Mas aos filhos de Kehat nada deu, porquanto a seu cargo estava o santuário e o levavam aos ombros.” [Nm. 7:9] Isso mostra que [carregar a arca] é contado entre as miswot.
Mandamento Positivo 35 – O Óleo do Sumo Sacerdote
A trigésima-quinta miswa é a de que somos ordenados a aprontar óleo especialmente preparado para ungir o sumo sacerdote que for apontado, conforme está escrito: “Aquele que é sumo sacerdote entre seus irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado o óleo da unção…” [Lv. 21:10] É também usado para ungir alguns reis conforme explicado nas leis acerca dessa miswa.
O Tabernáculo e todos os seus vasos já foram ungidos, mas a unção de vasos não é uma miswa para gerações posteriores. Isso é por causa da interpretação da afirmação no Sifri, de que o ato de ungir os vasos no Tabernáculo santificou [simbolicamente] todos os futuros vasos.
A fonte dessa miswa é a afirmação do Altíssimo: “Este me será o óleo sagrado para as unções por todas as vossas gerações.” [Ex. 30:31]
Os detalhes desta miswa são explicados no princípio de Keritut.
© 2014 – Kol haTorah (www.judeu.org) – Reprodução permitida, se a fonte for citada.