Mandamentos Positivos 16 a 20

Mandamento Positivo 16

A décima-sexta miswah é a de que somos ordenados a ajuntar toda a nação no segundo dia de Sukot, após cada ano da Shemitah, e ler perante eles certas passagens do livro de Devarim.

A fonte dessa miswah é a afirmação do Altíssimo: “Ajunta o povo, os homens e as mulheres, e os meninos” [Dt. 31:12] Essa é a miswah da assembléia.

No princípio de Qidushin, é dito: “As mulheres são isentas de todas as miswot positivas que têm tempo específico.” O Talmud então indaga: “Mas a assembléia é uma miswah positiva com tempo específico, e as mulheres estão obrigadas?” A conclusão ao final da discussão é: “Não se pode aprender por princípios gerais.”

Os detalhes dessa miswah, isto é, como se lê, quem lê e o quê é lido, estão explicados no sétimo capítulo do tratado de Sotah.

Mandamento Positivo 17

A décima sétima miswah é a de que somos ordenados de que todo rei que se sentar no trono escreverá o Sefer Torah para si próprio, e que nunca se apartará dele.

A fonte dessa miswah é a frase do Altíssimo: “Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, escreverá para si, num livro, uma cópia desta Torah.” [Dt. 17:18]

Todos os detalhes dessa miswah são explicados no segundo capítulo de Sanhedrin.

Mandamento Positivo 18

A décima-oitava miswah é a de que todo homem deve ter seu próprio Sefer Torah. É altamente louvável e preferível se ele o escrever ele próprio, conforme nossos sábios disseram: “Se ele próprio o escrever, é como se o tivesse recebido pessoalmente no monte Sinai.” Se é impossível para ele escrevê-lo, é pelo menos necessário comprar um ou apontar alguém para escrevê-lo para ele.

A fonte dessa miswah é a frase do Altíssimo: “Agora, pois, escrevei-vos este cântico.” [Dt 31:19. Para cumprir esta miswah especificamente,] não se pode escrever somente seções individuais da Torah. Portanto, a miswah para escrever o “cântico” significa toda a Torah, inclusive esse cântico.

Na Guemará de Sanhedrin é dito: “Rava disse: ‘Mesmo se os pais de alguém lhe deixaram um Sefer Torah, é ainda uma miswah para ele escrever um para si, conforme o versículo diz: ‘Agora, pois, escrevei-vos este cântico.”

“Abaye o indagou: ‘Ele deve escrever um Sefer Torah para si, e não se satisfazer com um que lhe foi deixado por seus pais’ – [isso se aplica] somente para um rei, e não para uma pessoa comum.’”

A Guemará responde a essa questão: “Isso ensina [que o rei deve ter] duas Torot. A prova disso vem da Baraita: Esse verso diz: ‘Ele escreverá para si uma cópia desta Torah’ – [ou seja, há] duas Torot.”

O sentido dessa afirmação: a diferença entre um rei e uma pessoa comum é que a pessoa comum deve escrever para si um Sefer Torah, e o rei, dois Sifrê Torot, conforme explicado no segundo capítulo de Sanhedrin.

As leis e condições acerca do escrever um Sefer Torah são explicadas no terceiro capítulo de Menahot, no primeiro capítulo de [Bava] Batra e no [tratado de] Shabat.

Mandamento Positivo 19

A décima-nona miswah é a de que somos ordenados a agradecer ao Altíssimo depois de comer cada refeição.

A fonte dessa miswah é a frase: “Quando, pois, tiveres comido, e fores farto, louvarás a Adonay teu Elohim.” [Dt. 8:10]

A Tosefta diz: “Recitar a bênção após comer é uma miswah da Torah, conforme o versículo diz: ‘Quando, pois, tiveres comido, e fores farto, louvarás a Adonay teu Elohim.’”

Os detalhes dessa miswah são explicados em diversos lugares no tratado Berakhot.

Mandamento Positivo 20

A vigésima miswah é a de que somos ordenados a construir um Santuário para serviço. Nele oferecemos sacrifícios, queimamos o fogo contínuo, oferecemos nossas orações, e congregamos para as festas a cada ano, conforme será explicado.

A fonte dessa miswah é a afirmação do Altíssimo: “E me farão um Santuário, e habitarei no meio deles.” [Ex. 25:18]

O Sifri diz: “Três miswot foram ordenadas ao povo de Israel ao entrar na terra: apontar um rei, construir um Santuário e eliminar os descendentes de ‘Amaleq.” Essa afirmação mostrar claramente que construir um Santuário é contado como uma miswah distinta.

Já explicamos que o termo geral contém muitas partes: A Menorah, a Mesa, o Altar, todos são partes do Santuário, e tudo junto é chamado pelo nome ‘Santuário’, apesar da Torah dar uma ordem distinta para cada elemento individual.

É possível pensar que a afirmação do Eterno acerca do Altar: “Um altar de terra me farás.” [Ex. 20:24] constitui uma miswah separada daquilo que concerne ao Santuário. Contudo, a explicação se segue: O sentido simples do versículo se refere à era quando era permitido trazer sacrifícios nos altares, isto é, quando nos era permitido construir altares de terra e trazer sacrifícios em qualquer lugar. Contudo, nossos sábios, de abençoada memória, explicaram que é miswah construir o altar ligado ao chão, e que não poderia ser movimentado como era no deserto. Eles explicaram esse versículo na Mekhilta de R. Yishma’el: “Quando entrardes na terra, Me fareis um altar ligado ao chão.” Assim sendo, isso se aplica a todas as gerações.

Construir o altar de pedras é considerado parte integrante do Santuário. A Mekhilta explica o versículo ‘Se me fizeres um altar de terra’ da seguinte forma: “R. Yishma’el diz: “Onde quer que a Torah use a palavra ‘se’, não é obrigatório, com três exceções. Uma exceção é ‘Se me fizeres um altar de terra’, que é obrigatório. Como sabemos que é obrigatório? Do versículo: ‘De pedras brutas edificarás o altar de Adonay teu Elohim.’ [Dt. 27:6]

Todos os detalhes acerca dessa miswah – a construção do Santuário, o seu formato, suas divisões, a construção do altar, e suas regulamentações – são explicados no tratado que foi composto para esse fim, o tratado Midot. O formato da Menorah, da Mesa, da Mesa de Ouro e a sua disposição no Santuário são explicados nos tratados Menahot e Yoma.

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