Mandamento Negativo 1
A primeira proibição é a de entreter o pensamento de que exista alguma divindade além do Altíssimo.
A fonte dessa proibição é a afirmação do Altíssimo – apesar dEle ser tão exaltado que o termo ‘fala’ não pode de fato ser aplicado a Ele: “Não terás outros deuses perante Mim.” [Ex. 20:3]
No final de Makot, é explicado que essa proibição entre as 613 miswot, conforme é dito “613 miswot foram dadas a Moshe no Sinai.” Já explicamos essa prova na primeira das miswot positivas.
Mandamento Negativo 2
A segunda proibição é a de fazer estátuas para adoração, independente delas serem feitas pela própria pessoa ou se ele pede a alguém para fazê-las para si.
A fonte dessa miswah é a afirmação do Altíssimo: “Não farás para ti imagem ou escultura.” [Ex. 20:4]
Qualquer que transgride essa proibição, isto é, que faz um ídolo ou pede a alguém para fazer um ídolo para ele é punido como açoites, mesmo se não o serviu.
Mandamento Negativo 3
A terceira proibição é a de fazer um ídolo, mesmo para que outros o sirvam, mesmo quando solicitados por um estrangeiro.
A fonte dessa miswah é a afirmação do Altíssimo: “E não fareis deuses para vós.” [Lv. 19:4]
Nas palavras do Sifra: “‘E não fareis deuses para vós.’ significa que não se pode fazer mesmo para os outros.” Nossos sábios disseram: “Alguém que faz um ídolo para si transgride duas proibições”, isto é, a proibição de fazer um ídolo com sua própria mão, mesmo para os outros, conforme explicado nesta terceira proibição. E também a proibição de adquirir um ídolo e ou conceder permissão para que seja feito – mesmo que alguém o fez para ele – conforme explicado na segunda proibição. Ele portanto é punido com duas séries de açoites.
Os detalhes dessa miswah, bem como da anterior, são explicados no tratado Avodah Zarah.
Mandamento Negativo 4
A quarta proibição é a de fazer a imagem de um ser humano de metal, pedra, ou qualquer coisa semelhante, mesmo que não tenha sido feita para ser adorada. A razão para isso é a de nos impedir de fazer qualquer imagem, para não entretermos a falsa crença das massas – isto é, dos idólatras – de que essas imagens tenham poderes sobrenaturais.
A fonte dessa miswah é a afirmação do Altíssimo: “Não fareis uma representação de nada que esteja comigo. Não fareis para vós deuses de ouro ou prata.” [Ex. 20:20]
A Mekhilta explica a proibição contida nessa passagem: “Não fareis para vós deuses de prata ou ouro” da seguinte forma: “Uma pessoa não deve dizer: ‘Eu os farei para ornamentação, como os outros fazem em suas terras.” A Torah, portanto, diz: “Não fareis para vós.”Alguém que transgride essa proibição é punido com açoites.
Os detalhes dessa miswah – que imagens são permitidas de serem criadas e que imagens são proibidas, e de que forma – são explicados no terceiro capítulo de Avodah Zarah.
É explicado em Sanhedrin que essa proibição: “Não fareis uma representação de nada que esteja comigo…. deuses de prata…” inclui outros materiais também, mas o sentido literal do versículo é conforme explicado na Mekhilta.
Mandamento Negativo 5
A quinta proibição é a de nos prostrarmos perante um ídolo. O uso do termo, “ídolo”, é claro, inclui servir qualquer coisa além de Adonay.
A fonte dessa miswah está na afirmação do Altíssimo: “Não te curvarás a eles nem os servirás.” [Ex. 20:5] “Não te curvarás a eles” não significa que somente se curvar é proibido, e nada mais. Ao invés disso, somente um dos tipos costumeiros de adoração – a saber, curvar-se – é mencionado, e o mesmo se aplica para uma oferta ou incenso. Alguém que transgride qualquer um desses ao se curvar, trazer sacrifício, libação de vinho, ou incenso, é morto por apedrejamento.
Nas palavras da Mekhilta, “O versículo ‘Quem sacrificar a outra divindade certamente morrerá’ [Ex. 22:19] nos ensina a punição mas não a proibição em si. A Torah portanto diz: ‘Não te curvarás a outros deuses nem os servirás.’ [Ex. 23:24] Os sacrifícios já estão inclusos. Eles são especificados para nos ensinar que assim como sacrificar é uma das formas de servir ao Eterno, e alguém é culpado quer essa seja a forma costumeira de servir ou não; assim também qualquer tipo semelhante de serviço ao Eterno, alguém é culpado quer seja a forma costumeira de servir ou não.”
A explicação para isso é que há quatro formas pelas quais somos requeridos a servir e exaltar a Adonay – isto é, curvar-se, sacrificar, queimar incenso, e derramar libação de vinho. Qualquer que serve um ídolo em uma dessas formas é punido com morte por apedrejamento, mesmo se aquele ídolo não é costumeiramente servido daquelas formas. Isso é chamado de “não de sua forma”, isto é, mesmo que alguém não tenha servido ao ídolo em uma forma que é costumeiramente servido, uma vez que ele serviu em uma dessas [quatro] formas, ele é punido por apedrejamento se o fez intencionalmente, e sendo cortado [do povo] se [a corte] não estava ciente ou se ele não foi punido. Se ele não fez intencionalmente, deve trazer uma oferta de pecado. Alguém que aceita qualquer coisa como um deus também é culpado.
Essa proibição – contra realizar um desses quatro tipos de serviço mesmo quando não é feito da forma costumeira – tem sido repetida na afirmação do Altíssimo: “Não mais sacrificarão aos seirim.” [Lv. 17:7] Nas palavras do Sifra, “O termo seirim se refere a shedim.” A Guemarah de PesaHim explica que essa proibição se refere a alguém que sacrifica a um ídolo, mesmo se o ídolo não for costumeiramente servido por sacrifício. Nossos sábios disseram: “Qual a fonte dessa lei que alguém que alguém que sacrifica um animal a Merkulis é culpado? Do verso: ‘Não mais sacrificarão aos seirim.” Se esse versículo não é necessário para nos ensinar a proibição de servir ao ídolo da forma convencional – [pois isso sabemos] do versículo ‘Assim como as nações serviram os seus deuses?’ [Dt. 12:30] – Isso deve nos ensinar sobre servi-lo de uma forma não costumeira.
Alguém que transgride essa proibição intencionalmente é punido com corte [do povo] ou com morte por apedrejamento, conforme explicamos. Se não o fez intencionalmente, deve trazer um sacrifício. Nas palavras da Escritura: “Quem sacrificar a qualquer divindade deve ser condenado à morte.”
Os detalhes dessa miswah foram explicados no sétimo capítulo de Sanhedrin.
© 2014 – Esta tradução é de propriedade intelectual do Kol haTorah (www.judeu.org) – Reprodução permitida, se a fonte for citada.