Halakha 1
A ordem do cumprimento destas miswot na noite do décimo quinto é como se segue: No começo, uma taça é misturada para cada indivíduo. Eles recitam a benção “que criaste o fruto da videira”, e o qidush do dia, e a benção da época [sheheheyanu]. Então, eles bebem.
Posteriormente, alguém recita a benção “acerca do elevar as mãos” [netilat yadayim], e lava suas mãos.
Uma bandeja posta é trazida, no qual há maror, outro vegetal, massah, Harosset, o corpo do cordeiro de Pessah e a carne da oferta festiva do décimo quarto dia. Nos dias de hoje, trazemos dois tipos de carne à mesa: um em comemoração ao sacrifício do Pessah e um em comemoração à oferta festiva.
Halakha 2
Ele começa e recita a benção “que criaste o fruto da terra”, pega os vegetais, mergulha-os no Harosset e come porção equivalente ao tamanho de uma azeitona. Ele e todos aqueles que comem junto com ele, cada um e todos, não coma menos do que o equivalente ao tamanho de uma azeitona.
Em seguida, a bandeja é retirada (somente da pessoa que recita a Hagadah). A segunda taça é misturada.
Aqui é onde os filhos perguntam, e aquele que recita [a Hagadah] diz:
Porque esta noite é diferente de todas as outras noites?
Em todas as outras noites, nós não precisamos mergulhar [o alimento] nem mesmo uma única vez. Nesta noite nós mergulhamos duas vezes?
Em todas as outras noites, comemos hames (levedo) ou massah. Nesta noite apenas massah?
Em todas as outras noites, nós comemos carne assada, fervida ou cozida. Nesta noite nós comemos apenas assada?
Em todas as outras noites, nós comemos qualquer tipo de vegetais. Nesta noite nós comemos maror [erva amarga]?
Em todas as outras noites, nós comemos sentados eretos ou reclinando. Nesta noite nós todos reclinamos?
Halakha 3
Nos dias de hoje, ninguém recita [a pergunta], “nesta noite, apenas assado”, pois não temos um sacrifício.
Começa-se [narrando] as origens [do povo] e continua-se até que alguém conclua a exposição da passagem inteira que começa com “meu pai era um arameu errante”.
Halakha 4
Retorna-se a bandeja [ao que recita] e ele diz: Comemos este sacrifício de Pessah porque o Onipresente passou as casas dos nossos antepassados no Egito, conforme é dito: “Então direis: Este é o sacrifício do Pessah ao Eterno.” [Ex. 12:27]
Ele ergue o maror em suas mãos e diz: Este maror que nós comemos [é] porque os egípcios fizeram a vida de nossos antepassados amarga no Egito, como [Êxodo 1:14] declara: “e eles amarguraram suas vidas”.
E ele ergue a massah em sua mão e diz: Comemos esta massah hoje porque a massa dos nossos antepassados não foi capaz de fermentar antes do Sagrado, bendito seja Ele, ter se revelado a eles e tê-los redimido imediatamente, conforme é dito: “E cozeram [bolos ázimos] da massa que levaram do Egito.” [Ex. 12:39]
Nos dias de hoje, ele diz: “Este sacrifício de Pessah, que nossos pais comiam quando o Templo estava em pé [é] porque o Sagrado, bendito seja Ele, passou as casas de nossos antepassados…”.
Halakha 5
E ele diz: Portanto, é nosso dever agradecer, louvar, enaltecer, glorificar, adorar, exaltar, magnificar e dar eterna honra Àquele que fez todos esses milagres por nós e nos tirou da escravidão para a liberdade, da aflição para o regozijo, das profundas trevas para a maravilhosa luz. Recitemos perante Ele: Halelu-Yah!
[Ele continua, começando o Halel, recitando a partir de] “Halelu-Yah! Servos do Eterno – ofereçam louvor,” até “ a rocha em uma corrente de águas”.
Ele conclui: Bendito és Tu, Eterno nosso Elohim, Rei do Universo, que nos redimiu e redimiu nossos antepassados no Egito e nos permitiu chegar a esta noite e para que possamos comer massah e ervas amargas nela.
Nos dias de hoje ele adiciona: Assim também, Eterno, nosso Elohim e Elohim de nossos pais, permita-nos chegar em paz às outras festas e solenidades que nos virão, celebrando na reconstrução da Tua cidade e nos regozijando no Teu serviço. Então, comeremos dos sacrifícios e ofertas de Pessah, dos quais o sangue será aspergido no muro do Teu altar para ser graciosamente aceito. Então, nós ofereceremos graças a Ti [com] uma nova canção por nossa redenção e pela libertação de nossas almas. Bendito sejas Tu, Eterno, que redime Israel.
Halakha 6
Em seguida, ele recita a benção “acerca do elevar as mãos” [netilat yadayim]e lava suas mãos uma segunda vez, por ter desviado a sua atenção [de suas mãos] durante o tempo que ele estava recitando a Hagadah.
Ele pega duas porções [de massah], divide uma delas, coloca a metade que foi quebrada no meio da inteira e recita a benção “que extrai o pão da terra”.
Por que ele não recita a benção sobre dois pães, como em outras festas? Porque é dito “o pão da miséria” [Ex. 16:3]. Assim como um homem pobre é acostumado a comer um [pão] quebrado assim também um pão quebrado deve ser usado.
Logo após, ele enrola a massah e o maror juntos, como fossem um, mergulha-os no Harosset e recita benção:
“Bendito sejas Tu, Eterno, nosso Elohim, Rei do Universo, que tem nos santificado com seus mandamentos e nos ordenaste acerca do comer massah e ervas amargas.”
E [em seguida] as come. Se ele come a massah e o maror separadamente, ele recita uma bênção específica para o primeiro, e uma bênção específica para o segundo.
Halakha 7
Em seguida, ele recita a benção: Bendito sejas Tu, Eterno, nosso Elohim, Rei do Universo, que tem nos santificado com seus mandamentos e nos ordenaste a cerca do comer do sacrifício.
E primeiro partilha da carne da oferta da festa [Haguigah] do décimo quarto.
Ele recita a benção: Bendito sejas Tu, Eterno, nosso Elohim, Rei do Universo, que tem nos santificado com seus mandamentos e nos ordenaste a cerca do comer o [sacrifício de] Pessah.
E come do corpo do [sacrifício de] Pessah. A benção pelo [sacrifício de] Pessah não nos livra [da obrigação da benção pela] oferta de [Haguigah]. [Reciprocamente, a benção pela] oferta [de Haguigah] não nos livra [da obrigação da benção pelo sacrifício de] Pessah.
Halakha 8
Nos dias de hoje, como não há sacrifício, após alguém recitar a benção “que extrai o pão da terra”, então recita-se a benção “acerca do comer massah”, mergulha-se a massah no Harosset e os come.
Em seguida, recita-se a benção, “acerca do comer erva amarga”, mergulha-se o maror no Harosset e o come. Não se deve deixá-lo no Haroset por um período prolongado, a fim de que seu gosto não seja mascarado, pois se trata de uma miswah pela palavra dos escrivães [da Corte Mosaica].
Em seguida, deve-se enrolar a massah e o maror juntos, mergulhá-los em Harosset e come-los sem recitar a benção, em memória do Templo.
Halakha 9
Em seguida, continua-se a refeição, comendo tudo quanto se desejar comer e bebendo tudo quanto se desejar beber. Em sua conclusão, come-se do [sacrifício de] Pessah, mesmo que seja porção equivalente ao tamanho de uma azeitona, e não se prova nada mais depois.
Nos dias de hoje, come-se porção equivalente ao tamanho de uma azeitona – de massah, e não se prova nada mais depois, assim então, após o término da refeição, o gosto da carne do Pessah ou da massah irá [permanecer] na boca, porque comê-los é a miswah.
Halakha 10
Depois, ele lava suas mãos e recita a birkhat hamazon [bênção após a refeição] para uma terceira taça e a bebe.
Em seguida, ele enche uma quarta taça e completa o Halel para ela, recitando sobre ela a bênção dos cânticos – isto é, “Que todas as tuas obras te louvem, Eterno…” – recita a bênção, “que criou o fruto da videira” [e bebe.] Em seguida, ele não prova nada, com a exceção, de água, por toda a noite.
É permitido misturar uma quinta taça e recitá-la sobre “o grande Halel” – isto é, desde “Louvai ao Eterno porque Ele é bom” até “Junto aos rios da Babilônia.” Esta taça não é obrigatória como as demais taças.
Pode-se concluir o Halel a hora que desejar, mesmo que não seja no lugar onde se come.
Halakha 11
Em um local onde é costume comer carne assada na noite de Pessah, pode-se comer. Em um lugar onde não seja costume comer, não se deve comer, para que não digam: “esta é a carne do sacrifício do Pessah.”
Em todos os lugares, é proibido comer um cordeiro inteiro que foi assado completamente nessa noite, pois pareceria que alguém está comendo animais sacrificiais fora [do local onde podem ser sacrificados.] Se foi cortado em pedaços, se lhe falta um membro, ou um dos membros ligado a ele foi cozido, é permitido comer onde for costume.
Halakha 12
Quem não tiver vinho [ou suco de uva] nas noites de Pessah recita o Qidush sobre o pão, como faria no Shabat. Conduz-se todos os assuntos [da Hagadah] segundo essa ordem.
Quem não tem outro vegetal além das ervas amargas: No início, recita duas bênçãos sobre as ervas amargas: “que criaste o fruto da terra” e “acerca do comer erva amarga”, e partilha delas. Quando conclui a Hagadah, recita a bênção sobre massah e a come. Depois, come das ervas amargas sem recitar bênção.
Halakha 13
Uma pessoa que só tem uma porção do tamanho de uma azeitona de massah que foi observada [com propósito de cumprir a miswah]: Quando conclui sua refeição de massah que não foi observada [para esse propósito], recita a bênção “acerca do comer pão ázimo”, e come a porção do tamanho de uma azeitona, e não prova nada depois.
Halakha 14
Uma pessoa que dormiu no meio da refeição e depois acordou não começa a comer novamente. Contudo, se alguns membros em sua companhia dormiram no meio da refeição, podem comer novamente. Se todos caíram em sono profundo e depois acordaram, não devem comer. Se todos [apenas] cochilaram, podem comer.