Halakhá 1
As órbitas são chamadas de céus, o firmamento, a habitação, e as trevas.
Há nove órbitas. A órbita mais próxima é a órbita da lua. A segunda órbita, acima dessa, é a órbita que contém o astro chamado Kokhav [Mercúrio] A terceira órbita, que está acima dela, contém Nogá [Vênus]. A quarta órbita contém o sol. A quinta órbita contém Ma’dim [Marte]. A sexta órbita contém o astro Sedeq [Júpiter]. A sétima órbita contém Shabtay [Saturno]. A oitava órbita contém todas as estrelas que são vistas no céu. A nona órbita é a órbita que revolve todo dia do leste ao oeste. Ela engloba e contém tudo.
Os planetas e estrelas todos parecem estar em uma órbita, apesar de um ser mais alto do que o outro. Isso é porque as órbitas são puras e refinadas como vidro ou safira. Portanto, os astros na oitava órbita parecem mais baixos do que na primeira órbita.
Halakhá 2
Cada uma das oito órbitas que contêm os planetas e estrelas são, elas próprias, divididas em muitas órbitas, uma acima da outra como as camadas de uma cebola. Algumas dessas órbitas revolvem do oeste ao leste, e algumas revolvem do leste ao oeste, tais como a nona órbita, que revolve do leste ao oeste. E não há espaço vazio entre qualquer uma delas.
Halakhá 3
Nenhuma das órbitas são leves ou pesadas. Não são nem vermelhas, pretas, nem de qualquer outra cor. Apesar de as vermos como azuis, isso é somente nossa percepção, por causa da altura da atmosfera.
Semelhantemente, elas não têm sabor nem cheiro, porque esses fenômenos só estão presentes em matérias inferiores a elas.
Halakhá 4
Todas essas nove órbitas que englobam o mundo são esféricas como uma bola, e a terra está suspensa em seu meio.
Alguns dos planetas têm pequenas órbitas afixadas [ao redor] deles. Essas órbitas não envolvem a terra. Ao invés disso, uma pequena órbita que não envolve a terra está fixada dentro de uma grande órbita que sim[, a envolve].
Halakhá 5
O número total de órbitas que circula a terra totalmente é dezoito, e o número de órbitas menores que não circulam é oito.
Do movimento dos astros e do conhecimento da extensão de sua revolução a cada dia e a cada momento, sua posição quer na direção do norte ou do sul, e sua distância acima da terra e sua proximidade dela, sabe-se o número de todas essas órbitas, a maneira como elas procedem, e a natureza de seu curso. Essa é a ciência de calcular os tempos, e a astronomia. Muitos livros acerca desses assuntos foram escritos pelos sábios da Grécia.
Halakhá 6
A nona órbita, que engloba todas as outras, foi dividida pelos sábios das gerações antigas em doze sessões. Eles deram a cada uma dessas seções um nome, baseado nas formas que pareciam se formar pela astros abaixo delas que a elas correspondem.
Essas são as constelações [mazalot], que são chamadas de Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Aquário e Peixes.
Halakhá 7
A nona órbita não tem em si divisão, nem possui nenhuma dessas formas ou nenhum astro. Ao contrário, os grandes astros das constelações da oitava esfera são vistos nessa forma ou nesses formatos, ou com aparência deles.
Essas doze formas correspondiam a essas divisões somente na época do dilúvio, e então receberam esses nomes. Contudo, no presente momento, elas já se moveram ligeiramente, porque todos os astros na oitava órbita se movem, como o sol e a terra o fazem. Ocorre apenas que se movem mais lentamente. Qualquer um desses astros levaria aproximadamente setenta anos para se mover na distância que o sol e a lua se movem em um dia.
Halakhá 8
[Dentre] todos os astros que vemos são, há os que são pequenos, e que a terra supera em tamanho, e grandes, que são muitas vezes maiores do que a terra.
Nossa terra é aproximadamente quarenta vezes maior que a lua, e o sol é aproximadamente cento e setenta vezes maior do que a terra. Assim, a lua é aproximadamente 1/6800 do tamanho do sol. Nenhum dos astros é tão grande quanto o sol, nem tão pequenos quanto Kokhav, na segunda órbita.
Halakhá 9
Todos os astros e órbitas possuem um [tipo de] vitalidade, de conhecimento e de inteligência. Eles vivem e reconhecem Aquele que falou, e o universo veio a existir.
Segundo o tamanho e nível deles, cada um louva e glorifica o Seu Criador como fazem os mal’akhim. Assim como têm consciência do Sagrado, bendito seja Ele, também têm consciência de si próprios e dos mal’akhim que os superam. O conhecimento dos astros e das órbitas é menor que o conhecimento dos mal’akhim, mas maior do que o dos homens.
Halakhá 10
Abaixo da órbita da lua, o Eterno criou um [tipo de] matéria que difere das matérias das órbitas. Ele criou quatro formas para essa matéria, que diferem das formas de matéria das órbitas.
Cada uma dessas formas foi fixada em uma porção dessa matéria. A primeira dessas formas é a forma de fogo. [Quando] se ligou a uma porção dessa matéria, dos dois veio a existir um corpo de fogo.
A segunda dessas formas é a forma do vento. [Quando] se ligou a uma porção dessa matéria, dos dois veio a existir um corpo de vento.
A terceira dessas formas é a forma da água. [Quando] se ligou a uma porção dessa matéria, dos dois veio a existir um corpo de água.
A quarta dessas formas é a forma da terra. [Quando] se ligou a uma porção dessa matéria, dos dois veio a existir o corpo de terra.
Assim, abaixo do céu há quatro diferentes estados da matéria, um acima do outro, cada um englobando o abaixo em todas as direções, como uma órbita. O primeiro desses corpos, que é o mais próximo da órbita da lua, é o do fogo. Abaixo está o corpo do vento, e abaixo o corpo da água, e abaixo o corpo da terra. Não há espaço vazio sem matéria neles em absoluto.
Halakhá 11
Esses quatro corpos não possuem vitalidade, nem estão conscientes nem têm conhecimento. Ao invés disso, são como cadáveres. Cada um tem suas inclinações. Contudo, não são conscientes nem têm conhecimento, nem podem mudá-las.
Dawid disse: “Louvai a ADONAY desde a terra: vós, baleias, e todos os abismos;
Fogo e saraiva, neve e vapores, e vento tempestuoso.” [Sl. 148:7-8] Esse versículo assim deve ser interpretado: Homens, louvai por Seu poder que é aparente no fogo, saraiva, e outras criações que podem ser vistas abaixo do céu, porque o poder delas é sempre visível tanto ao grande quanto ao pequeno.