Halakha 1
Mulheres, crianças e servos são isentos da Proclamação do Shema’. Devemos ensinar as crianças a recitá-lo no horário apropriado com as bênçãos anteriores e posteriores, de forma a educá-los acerca das miswot.
Quem estiver preocupado ou em estado de ansiedade acerca de uma obrigação religiosa é isento de todas as miswot [positivas], inclusive da Proclamação do Shema’. Portanto, um noivo cuja noiva é uma virgem é isento da Proclamação do Shema’ até que tenha consumado o casamento, porque está distraído acerca da virgindade dela.
Contudo, se adia até a noite posterior ao Shabat seguinte ao casamento e não tem relações com ela, é obrigado a recitar o Shema’ desse momento em diante, uma vez que sua mente assentou e ela lhe é familiar mesmo que não tenham consumado o casamento.
Halakha 2
Contudo, alguém que se casa com uma mulher que não é virgem é obrigado a recitar o Shema’, porque apesar dele também estar envolvido na realização de uma miswah, não está tão distraído. O mesmo princípio se aplica em casos semelhantes.
Halakha 3
Alguém que esteja enlutado por um parente que seja obrigado a prantear está isento da Proclamação do Shema’ até que o tenha enterraod, porque sua atenção está distraída da proclamação.
Uma pessoa que esteja vigiando o corpo também é isenta, mesmo se não for o corpo de um parente. Quando há dois vigiando, um deve continuar vigiando enquanto o outro se retira e recita o Shema’. Quando retorna, o outro deve partir e recitar. Um coveiro também está isento da Proclamação do Shema’.
Halakha 4
Um corpo Não deve ser removido para o enterro próximo ao horário de recitar o Shema’ a não ser que o falecido tenha sido um grande homem.
Se começam a remover o falecido e o horário de recitar o Shema’ chegou enquanto eles acompanham o corpo, qualquer pessoa que é responsável pelo caixão – isto é, os portadores do caixão e seus substitutos e aqueles que, por sua vez, são substitutos dos substitutos – quer estejam antes do caixão ou depois dele, estão isentos.
O restante dos que acompanham o corpo, e não são responsáveis pelo caixão, são obrigados.
Halakha 5
Se estiverem envolvidos com o sermão fúnebre quando chegar o horário da Proclamação do Shema’, se estiverem na presença do falecido devem se retirar individualmente e recitar, e então retornar ao sermão fúnebre.
Se o falecido não estiver presente, todas as pessoas devem recitar o Shema’ exceto pelo enlutado, que permanece em silêncio, porque não é obrigado a recitar o Shema’ até que enterre seu parente.
Halakha 6
Depois do enterro, os enlutados retornam para receber condolências e o povo os segue desde o túmulo até o local onde formam fila para receber as condolências. Se o povo for capaz de começar e terminar mesmo um versículo antes de chegar na fila, devem fazê-lo. Caso contrário, não devem começar até que tenham consolado os enlutados.
Após terem saído devem começar a recitar. Aqueles que estão na fila, isto é, que podem ver o rosto dos enlutados, são isentos da Proclamação do Shema’. Aqueles que estão de fora, uma vez que não podem ver o enlutado, são obrigados a recitar o Shema’ onde estiverem.
Halakha 7
Qualquer que tenha isenção da Proclamação do Shema’, mas ainda assim deseja ser estrito consigo próprio e recitar, pode fazê-lo. Isso está condicionado ao fato de sua mente não estar distraída. Contudo, se essa pessoa isenta estiver num estado de confusão, não é permitido recitar até que se recomponha.
Halakha 8
Todos aqueles ritualmente impuros são obrigados a ler o Shema’ e recitar suas bênçãos anteriores e posteriroes em seu estado de impureza. Isso se aplica mesmo quando é possível para eles se purificarem naquele dia – isto é, alguém que tocou [a carcaça] de um animal rastejante, uma mulher menstruada, ou com sangramento irregular, ou o leito sobre o qual tais pessoas deitaram, e coisas semelhantes.
‘Ezra e o seu Bet Din decretaram que um homem que tem emissão seminal era proibido de ler as palavras da Torah. Assim, eles o separavam dos demais impuros ritualmente até que tivesse se imergido numa miqwah. Essa ordenança não se espalhou pelo povo de Israel. Muitos não eram capazes de observá-la, e portanto foi revogada.
Todo Israel tem o costume de ler a Torah e proclamar o Shema’ mesmo depois de uma emissão seminal, porque as palavras da Torah não podem contrair impureza. Ao contrário, permanecem em seu estado de pureza permanentemente, conforme é dito: “Porventura a minha palavra não é como o fogo, diz Adonay?” [Jr. 23:29]
Assim como o fogo é incapaz de se tornar cerimonialmente impuro, assim também, as palavras da Torah nunca são profanadas.