Halakha 1
É uma miswah positiva dos escrivães [da Corte Mosaica] ler a Meguilah no tempo apontado. É fato conhecido que isso foi ordenado pelos profetas.
Todos são obrigados nessa leitura: homens, mulheres, guerim, e servos livres. Crianças também devem ser treinadas para lê-la. Mesmo os sacerdotes devem preterir o serviço no Templo e vir para ouvir a leitura da Meguilah.
Semelhantemente, o estudo da Torah deve ser preterido para ouvir a leitura da Meguilah. certamente, isso se aplica a todas as demais miswot da Torah: a observância de todas elas é ultrapassada pela leitura da Meguilah. Não há nada [dentre as miswot positivas] que tenha prioridade sobre a leitura da Meguilah exceto o enterro de um cadáver que não tem ninguém para dele cuidar. Uma pessoa que encontra tal cadáver deve enterrá-lo e então ler a Meguilah.
Halakha 2
Pode-se cumprir a obrigação ao ler ou ao ouvir a leitura de outra pessoa, desde que se ouça uma pessoa obrigada a fazer a leitura. Por essa razão, se o leitor for um menor ou for mentalmente incapacitado, alguém que ouve a sua leitura não cumpre a sua obrigação.
Halakha 3
É uma miswah ler toda a Meguilah e lê-la tanto à noite quanto durante o dia. A noite inteira é tempo apropriado para a leitura noturna, e o dia inteiro é apropriado para a leitura diurna.
Antes de ler à noite, deve-se recitar três bênçãos. São elas:
Bendito sejas Tu Adonay nosso Elohim, Rei do Universo, que nos santificaste pelos Seus mandamentos e nos ordenaste acerca da Meguilah.
Bendito sejas Tu Adonay nosso Elohim, Rei do Universo, que operaste milagres para os nossos ancestrais nos dias anteriores, a esta época.
Bendito sejas Tu Adonay nosso Elohim, Rei do Universo, que nos concedeste a vida, nos sustentaste, e nos permitiste chegar a esta ocasião.
Durante o dia, não se recita a última bênção.
Em locais onde é costume recitar uma bênção após a leitura, a seguinte bênção deve ser recitada:
Bendito sejas Tu Adonay nosso Elohim, Rei do Universo, que luta as nossas batalhas e executa juízo em nosso favor, que se vinga da vingança operada contra nós, e que opera retaliação aos nossos inimigos em nosso favor, e que retribui justamente todos os inimigos. Bendito és Tu, Adonay, o Todo-Poderoso, que opera retribuição em favor do Seu povo Israel aos seus opressores, o El da salvação.
Halakha 4
Qual o tempo apropriado para a leitura da Meguilah? Os sábios ordenaram muitos tempos diferentes para a sua leitura, conforme implícito em: “Para confirmarem estes dias de Purim nos seus tempos determinados” [Et. 9:31]. A Meguilah é lida nos seguintes dias:
Em toda cidade, seja em Eres Yisrael ou na Diáspora, que era rodeada por muralha no tempo de Yehoshua’ Bin Nun deve-se ler a Meguilah no décimo-quinto de Adar. Isso se aplica mesmo se a muralha não rodeia a cidade na atualidade. Tal cidade é chamada de kerakh [cidade grande].
Toda cidade que não era rodeada por muralha no tempo de Yehoshua’ Bin Nun deve ler a Meguilah no décimo-quarto dia de Adar. Isso se aplica mesmo se houver muralha cercando a cidade na atualidade. Tal cidade é chamada de ‘ir [vilarejo/cidade pequena].
Halakha 5
Na capital de Shushan, a Meguilah é lida no décimo-quinto dia de Adar, apesar dela não ter sido rodeada por muralha no tempo de Yehoshua’ Bin Nun, porque o milagre ocorreu nela e, naquele tempo, os judeus celebraram naquele dia, conforme é dito: “e descansaram no dia quinze.” [Et. 9:18]
Por que a questão é dependente do tempo de Yehoshua’ Bin Nun? Para honrar as cidades de Eres Yisrael que estavam em ruínas no tempo do milagre de Purim. Apesar de estarem em ruína no momento, isso os permitiria lerem a Meguilah no décimo-quinto dia como fazem os habitantes de Shushan, uma vez que elas eram rodeadas de muralha no tempo de Yehoshua’. Assim, a comemoração do milagre incluiria uma lembrança de Eres Yisrael
Halakha 6
Nossos sábios ordenaram que os habitantes das vilas que se reúnem nas sinagogas somente às segundas e às quintas podem ler a Meguilah mais cedo, no dia em que se reúnem nas sinagogas.
O que isso implica? Se o décimo-quarto de Adar cai numa segunda ou terça, a Meguilah é lida naquele dia. Se cai num dia diferente de segunda ou terça, nós a lemos numa data anterior, na segunda ou terça mais próxima ao décimo-quinto de Adar.
Halakha 7
O que isso implica? Se o décimo-quarto de Adar cai num domingo, a Meguilah é lida na quinta anterior, no décimo-primeiro de Adar. Se o décimo-quarto cai numa terça, a Meguilah é lida mais cedo, na segunda, no décimo-terceiro. Se o décimo-quarto cai na quarta, a Meguilah é lida mais cedo, na segunda, o décimo-segundo.
Sempre que uma licença é concedida para que se leia a Meguilah antes do décimo-quarto, não se deve fazer isso a não ser que haja dez presentes.
Halakha 8
Em uma vila onde os judeus não se reúnem para lerem a Torah às segundas e às quintas, a Meguilah deve ser lida somente no décimo-quarto de Adar. Quando uma cidade não tem dez pessoas que podem deixar o trabalho para participar da sinagoga para fins comunitários, considera-se que seja um vilarejo, e a Meguilah é lida mais cedo, no dia em que as pessoas se reúnem na sinagoga.
Se uma cidade não tem dez homens adultos, a própria dificuldade gera a solução: eles são considerados como habitantes de uma cidade grande e lêem a Meguilah somente no décimo-quarto.
Halakha 9
Quando a permissão acima – que é possível ler a Meguilah mais cedo, no dia em que a Meguilah é lida mais cedo, no dia em que as pessoas se ajuntam na sinagoga – se aplica? Quando Israel governa a si próprio. Na era presente, contudo, a Meguilah só é lida em seus tempos apropriados, no décimo-quarto de Adar e no décimo-quinto. Os habitantes dos vilarejos e das cidades lêem no décimo-quarto, e os habitantes das cidades muradas lêem no décimo-quinto.
Halakha 10
As seguintes regras se aplicam quando um habitante de uma cidade não-murada viaja para uma cidade murada, ou o habitante de uma cidade murada viaja para uma cidade não-murada:
Se a sua intenção era retornar para casa para o dia da leitura da Meguilah, mas ele foi impedido de retornar, ele deve ler a Meguilah no dia em que ela é lida em sua casa. Se sua intenção não era retornar para casa até o dia da leitura da Meguilah, ele deve ler a Meguilah juntamente com o povo no lugar onde ele esteja visitando.
A seguinte regra se aplica a todas as casas adjacentes a uma cidade murada, que são vistas junto com ela: Se não há mais de dois mil cúbitos entre elas, elas são consideradas uma parte da cidade murada, e seus habitantes devem ler a Meguilah no décimo-quinto.
Halakha 11
Quando existir dúvida e não se sabe se uma cidade era rodeada por muralha no tempo de Yehoshua’ Bin Nun ou se foi rodeada posteriormente, seus habitantes devem ler a Meguilah no dia e na noite de ambos o décimo-quarto e o décimo-quinto de Adar. Eles devem recitar a bênção somente quando lerem no décimo-quarto, uma vez que é o tempo em que a Meguilah é lida na maioria dos lugares do mundo.
Halakha 12
Quando a Meguilah foi lida no primeiro mês de Adar e, posteriormente, a Corte [Mosaica] proclamou um ano embolísmico, a Meguilah deve ser lida novamente, no segundo mês de Adar, no tempo apropriado.
Halakha 13
A Meguilah não deve ser lida no Shabat. Este um decreto realizado para que ninguém a tome nas mãos e a leve a uma pessoa que sabe lê-la, assim carregando-a quatro cúbitos em domínio público. Todos são obrigados à leitura da Meguilah, mas nem todos são capazes de lê-la. Assim, existe possibilidade de tal erro ocorrer.
Por essa razão, se o tempo apropriado para a Meguilah ser lida cair no Shabat, devemos lê-la mais cedo, no dia anterior ao Shabat. Discutimos as leis de Purim naquele Shabat para comemorar o fato de ser Purim.
Halakha 14
O que isso implica? Quando o décimo-quarto de Adar cai no Shabat, os habitantes de cidades não-muradas devem ler a Meguilah mais cedo, na sexta. Os habitantes de cidades muradas devem lê-la no seu tempo apropriado, no domingo.
Quando o décimo-quinto cai no Shabat, os habitantes das cidades muradas lêem a Meguilah mais cedo, na sexta, décimo-quarto. Os habitantes das cidades não-muradas também lêem naquele dia, pois é o tempo apropriado para lerem. Assim, nesse caso, todos lêem no décimo-quarto.