Há algum tempo objetivo sentar e escrever um pouco sobre minha história. Meu desejo é o de que ela possa servir de inspiração para muitos que, como eu, foram despertos para a mensagem de retorno e buscaram as veredas antigas.
Nasci em uma família judaica, mas fui criado no Cristianismo – algo que sempre chocou vários de meus amigos judeus, e que chegou a gerar até questionamentos a meus pais sobre como eles poderiam criar dois judeus (eu e meu irmão) afastados do Judaísmo. De fato, quem conhece a Torá sabe o quanto isso é triste. O abaixo explica um pouco as razões disso ter ocorrido. Mas, gosto de pensar que a história terá um final feliz, pois até meu irmão (que ainda se encontra no Cristianismo) tem se aproximado gradualmente de suas origens.
A família de minha mãe é de origem judaica húngara, e veio para o Brasil na época da Segunda Guerra Mundial. Minha mãe se converteu ao Cristianismo por volta dos 15 anos, quando foi supostamente curada de uma asma. Curiosamente, essa “cura” não impediu que tanto eu quanto meu irmão nascêssemos asmáticos. Mas, por causa dessa suposta cura, meus avós e os irmãos de minha mãe acabaram, todos, indo frequentar uma famosa igreja pentecostal. Ao ponto de que a última coisa judaica que permanece na minha família é a minha avó dizendo que às vezes se recorda de comer matsoh por volta da época do Pessah.
A família de meu pai é de origem judaico-portuguesa, apesar de ser de descendência Ashkenazi. Havia registros de sua ancestralidade judaica, mas eles tinham muito medo de praticar o Judaísmo abertamente, pois muitos foram torturados e mortos na Inquisição. Isso resultou na assimilação de praticamente toda a família, uns se convertendo ao Cristianismo (e participando ativamente), outros simplesmente se tornando seculares. Minha família manteve registros ao longo da Inquisição, ao contrário de muitas outras que, infelizmente, não tiveram tanta sorte.
Uma vez que minha mãe era bastante ativa no Cristianismo, levava a mim e ao meu irmão à igreja com ela. Na época, meu pai era secular e não nos acompanhava. Posteriormente, ele também seria levado por minha mãe à igreja.
Para mim, ser judeu era apenas mais um dos predicados com os quais havia nascido, e não dava muita bola. Eu era judeu, como era causiano, ou como meu time de futebol era o Fluminense, ou, para dar um exemplo ainda melhor, minha escola de samba era Mangueira, apesar de sequer gostar de samba ou acompanhar desfiles de carnaval. Para a comunidade, o ser judeu significa alguns convites para Bar Miswah aqui e ali, ser indagado sobre porque não frequentava uma escola judaica. Para os cristãos, expressões de rosto um tanto estranhas na igreja, que muitas vezes insistiam em me recordar que, mesmo tendo nascido judeu, eu na realidade era cristão.
Para minha sorte, minha família – como, aliás, é comum no meio judaico em geral – sempre foi muito dada à leitura, e desde pequeno sempre fui muito incentivado a ler bastante.
Logo após ter aprendido a ler, desenvolvi uma enorme curiosidade pelas Escrituras. Alguns dos meus primeiros livros foram séries em quadrinhos de histórias bíblicas. Aos 7 anos, após minha primeira Almeida, comecei a colecionar Bíblias. Logo em seguida, veio uma Bíblia católica. Já aos 8, sabia diferenciar a Bíblia católica da protestante e ficava fascinado com tudo aquilo. Posteriormente, minha primeira Bíblia em inglês. A Bíblia na Linguagem de Hoje, objeto de grande cobiça, viria somente num aniversário. Creio que já não era uma criança muito comum naquela época. Se é raro uma criança pedir livros, Bíblia então é algo quase inimaginável.
Já naquela época, a leitura das Escrituras me fazia questionar as práticas dos locais onde estava. Foi um grande desconforto quando, aos doze anos, decidi me batizar, e não aceitava o rito infantil seguido de profissão de fé da igreja que frequentava. Mas, não questionava em absoluto sair de lá.
Na minha adolescência, comecei a pesquisar outras religiões também baseadas nas Escrituras. As chamadas “seitas e heresias”, ao ser encorajado pelo pastor da igreja que frequentava. Claro, sempre com a certeza absoluta de que nossa denominação era a verdade suprema, e que tal estudo visava unicamente nos proteger das artimanhas malignas de Satanás e seus asseclas.
Como psicanalista, não posso deixar de pontuar como é curiosa a maneira como nosso imaginário se forma. Quando pensava nesses grupos hereges, pensava em locais feios, escuros, e com demônios sorrindo enquanto as pessoas, aprisionadas, aguardavam o resgate dos paladinos da verdade absoluta.
Até que, um dia, alguns anos depois, procurando mudar de canal na televisão, me deparei com um documentário que mostrava igrejas de uma das seitas que havia investigado nos estudos com o pastor. Aquela impressão imaginária de lugar feio e escuro se chocou contra as imagens de construções belíssimas e pessoas que não pareciam muito diferentes de mim. Posteriormente, viria a descobrir que a maioria dos materiais contra “seitas e heresias” eram escritos por pessoas que jamais tiveram o menor contato com os grupos contra os quais escreviam.
O passo seguinte veio por conta do advento da Internet. Logo, mesmo adolescente, passei a me envolver em grupos de debates teológicos, e passei a ler mais ainda as Escrituras. Hábito esse que até hoje possuo. Na Internet, passei a perceber que aquilo que eu tinha como verdade absoluta podia também ser questionado, por pessoas com bons argumentos. A bolha de isolamento na qual havia sido criado começava a ruir.
No final da adolescência, comecei a dar aulas na igreja onde frequentava. Para isso, precisei me aprofundar ainda mais nos temas bíblicos. Foi quando, então, questionado por alguns adventistas, me deparei com a questão do Shabat. Este considero ter sido o primeiro passo na direção da redenção.
Intelectualmente, eu não conseguia encontrar argumentos que refutassem o Shabat. Os argumentos contrários pareciam um emaranhado de coisas desconexas que sequer se importavam em ter uma coerência interna. Por exemplo: Era comum encontrar, numa mesma obra contra o Shabat, a alegação de que o Shabat teria sido abolido, e que o mandamento teria sido transferido para o domingo. Ora, como pode algo ser abolido e ao mesmo tempo ser transferido? É como dizer que alguém foi ao mesmo tempo demitido, e transferido de setor. Infelizmente, a maioria das pessoas não percebe tais erros falaciosos na lógica argumentativa. Ou seja, o objetivo era, a qualquer custo e preço, proteger o rebanho contra a “heresia” do Shabat, por mais que fosse uma verdade bíblica incontestável.
Mas, ainda prevalecia dentro de mim o medo, que na época meu intelecto não era capaz de enfrentar: o medo de perder a salvação. Como disse recentemente a um amigo que é rabino: somente quem cresce à margem de tanto medo, de tanta ameaça travestida da palavra “graça”, ou de tantos temores de lagos de fogo, demônios torturadores, etc. é capaz de compreender o quanto isso é capaz de nos manter aprisionados. ‘Se guardasse o Shabat, estaria condenado por toda a eternidade’ – era o que pensava nas inúmeras noites em claro, que duraram anos.
O Shabat não era a única fonte das minhas dúvidas. Pairava sobre mim a questão do porque, se tínhamos uma Bíblia completa, praticamente não se lia nada do “meio” para trás. Na realidade, só se lia o último 1/4, pois o Tanakh corresponde a cerca de 3/4 da chamada Bíblia cristã. O Tanakh era desprezado como obsoleto, exceto para se pedir o “dízimo”, ou para se ler salmos e algumas passagens chavões, ou para se contar histórias para crianças.
Meu anseio me levou a buscar cursos de formação pastoral, livros, e até mesmo um mestrado lato sensu. Mas, nada parecia saciar o meu incômodo. Quanto mais estudava, mais interrogações surgiam, e menos conseguia compreender como era possível acreditar que boa parte do Livro Sagrado não servia de fonte de prática.
O anseio pela totalidade das Escrituras me levou a conhecer o movimento do chamado “Judaísmo” Messiânico, o qual conheci antes por sites estrangeiros. Levei anos para encontrar um grupo pessoalmente.
A princípio, parecia ser tudo o que eu desejava encontrar! O grupo também me permitiria resgatar uma parte de mim que estava esquecida: o fato de ser judeu. Passei alguns anos frequentando grupos messiânicos. Porém, apesar de tudo, o incômodo não havia sido sanado. Tudo era semelhante demais às igrejas que frequentara anteriormente.
Na mesma época, resolvi também começar a frequentar sinagogas ortodoxas. Frequentei algumas sinagogas hassídicas, também por vários anos. O fato de ser judeu me dava trânsito em tais grupos, algo raro no meio messiânico. Quanto mais frequentava sinagogas tradicionais, mais as messiânicas pareciam uma fraca imitação dos grupos tradicionais. Mesmo sinagogas reformistas (que também frequentei, embora pouco) pareciam ter uma identidade própria, algo que parece faltar nos grupos messiânicos.
Foi também nessa época que dei início ao grupo Torah Viva, hoje extinto, cujo objetivo inicial era simplesmente ser um mailing list para compartilhar traduções de artigos do inglês para o português, uma vez que havia pouco material messiânico no português à epoca. Eu jamais imaginava que o Torah Viva se tornaria o que veio a ser posteriormente.
À época, fiz minha circuncisão. Era tão raro um judeu tão afastado buscar sua judaicidade que o mohel, um rabino ortodoxo, nunca havia feito a circuncisão num adulto. Meus amigos da comunidade judaica, muito felizes com tudo isso, não escondiam sua surpresa. Um amigo certa vez me disse, em tom de brincadeira: ‘Não sei se você é o cara mais judeu daqui, mas certamente é o mais macho, por topar fazer essa cirurgia.’
Posteriormente, viria a me casar em uma das sinagogas mais tradicionais de São Paulo, o que também foi motivo de muita alegria para a comunidade.
Ironicamente, no meio messiânico, essas duas coisas não fora unanimemente aceitas, e alguns até chegaram a questionar. Outros diziam que isso significava ‘cair da graça’. Enfim, a superficialidade de um suposto amor por Israel, pelo seu povo ou pela Torá acabam por mostrar a sua verdadeira essência quando o envolvimento com a comunidade judaica se torna mais aprofundado.
Quero deixar claro para o leitor que, mesmo em todo esse processo, eu nunca havia questionado minha crença em Jesus/Yeshua, crença essa que permaneceu muito firme até os eventos que narrarei brevemente.
Claro, agora que rejeito tal convicção, surgem pessoas que dizem que ‘eu nunca cri’. É a típica falácia do escocês, que tem a seguinte estrutura:
“A: Nenhum escocês coloca açúcar em seu mingau.
B: Ora, eu tenho um amigo escocês que faz isso.
A: Ah, sim, mas nenhum escocês de verdade coloca.”
Ou seja, se eu agora rejeito tal doutrina, é porque ‘nunca fui um verdadeiro crente’. Claro, a falácia procura dar alguma explicação ao porque da saída, uma vez que seria doloroso demais para tais pessoas compreenderem a verdade, que é bem mais simples do que isso: deixei a convicção porque o chamado Novo Testamento (ou “Brit Chadashá” como o chamam os messiânicos) afirma ser um cumprimento do Tanakh, mas isso não sobrevive a uma investigação minimamente aprofundada.
Mas, voltando à minha história após esse pequeno parêntesis, no momento em questão, percebi que no movimento messiânico de um modo geral, com raras e honrosas exceções, estava mais preocupado em parecer judaico, do que em efetivamente cumprir Torá. Essa, aliás, não é uma observação unicamente minha, mas sim bastante comum.
Essa discrepância me levou ao chamado Judaísmo Nazareno, cuja proposta parecia ser justamente um grupo fundamentado na ideia de que a observância da Torá teria precedência sobre a aparência de Judaísmo. Apesar desse aspecto ser verídico, a falta de seriedade de alguns líderes e o excesso de misticismo acabaram nos afastando desse movimento.
À época, o inesperado começou a se desenhar: Diversas comunidades começaram a se formar em torno do Torah Viva, e até mesmo a pressionar por alguma estrutura. Quem me conhece, todavia, sabe que nunca quis fundar uma denominação religiosa, mesmo que o Torah Viva tenha involuntariamente adquirido alguns desses aspectos. Mas, juntamente com isso veio muita gente boa, séria e com o mesmo compromisso de encontrar a verdade.
A decepção com a politicagem e com as coisas acima mencionadas levaram o Torah Viva e grupos que a ele se filiavam a buscarem uma independência. Isso significava mergulhar nas Escrituras e buscar deixar para trás tudo aquilo que não encontrasse respaldo nas Escrituras. À epoca, deixamos o misticismo e uma série de práticas cuja base não estava na Torá, o que levou muita gente a se afastar. Mas, nunca me importei com platéia, pois sempre busquei a verdade. Por isso, continuei firme em minha caminhada.
Os estudos do grupo passaram a se tornar cada vez mais densos e extensos, procurando fundamentar cada detalhe nas Escrituras, pois eu havia tomado a decisão de nunca mais me deixar iludir por preceitos humanos nem por religiões institucionalizadas. Até porque, Judaísmo acima de tudo é pertinência a um povo, e não carteirinha de instituição.
Quanto mais estudava os profetas e a Torá, mais divergências encontrava entre ela e o chamado Novo Testamento. ‘Devem ser acréscimos’ – pensava comigo mesmo. Mas, para todo aquele que é sincero no seu retorno à Torá, mais cedo ou mais tarde chega o momento inadiável em que ele precisa fazer uma escolha.
Muitos tentam se esquivar dela, afirmando que o Novo Testamento nada mais é do que um simples comentário da Torá. Infelizmente, isso está muito longe de ser verdade. Não fosse o Novo Testamento tão radicalmente diferente do Tanakh em termos teológicos, não teríamos conceitos tão distintos do mesmo, tais como a ideia de salvação espiritual, a ideia da centralidade em Jesus/Yeshua na vida de qualquer pessoa, a batalha espiritual entre anjos e demônios, a definição paulina de fé, e tantos outros conceitos jamais encontrados no Tanach.
Mas, apesar de tudo, não foi isso que me fez deixar a crença neo-testamentária. Na realidade, tudo ocorreu porque quando se estuda os Nevi’im (Profetas) em profundidade, é inevitável que o contexto das profecias fique muito claro, e isso é um tiro de canhão na teologia neo-testamentária, que se apoia em profecias totalmente tiradas de seu contexto original.
Não pense o leitor, contudo, que esse processo foi da noite para o dia. De início, relutei muito. Esforçava-me ao máximo para convencer a mim mesmo de que era preciso voltar para a centralidade da fé em Jesus/Yeshua. À época, procurei fazer um esforço genuíno nessa direção. Mas, na realidade o que havia era um grande desconforto com essa figura que simplesmente não se encaixa com a Torá.
A primeira vez que me dei conta de que já não conseguia nutrir a crença em Jesus/Yeshua, passei dias sem conseguir dormir. Mais uma vez, a exemplo do que acontecera com o Shabat, o meu emocional não conseguia acompanhar a razão. Não à toa, tantas religiões incentivam seus membros a deixarem a razão de lado para experimentarem o domínio das emoções, disfarçadas de ‘espiritualidade’.
Temia ir para o inferno, arder para sempre no lago de fogo. Mesmo vendo com meus próprios olhos o testemunho das Escrituras (refiro-me aqui ao Tanakh) de que tais coisas não existem. Tal era o mal que os anos e anos de Cristianismo me haviam feito.
Mas, com muito custo, e com muita conversa com um grande amigo judeu de Yerushalayim, a quem serei eternamente grato por ter me dado apoio emocional nesse momento tão difícil, fui capaz de superar esse medo.
Começava um dos momentos mais maravilhosos, mas também mais difíceis de toda a minha vida. O que fazer com todas as pessoas – próximas ou distantes – por quem tinha um amor enorme, e que estavam continuamente conosco no Torah Viva?
Durante meses, me debrucei noite e dia sobre o computador e as Escrituras para poder preparar materiais que gradativamente conduzissem as pessoas a verem as coisas que eu havia visto. Tinha convicção, como tenho ainda, de que aqueles que se permitissem ser expostos às Escrituras não precisariam de nenhum convencimento, pois o Tanakh é relativamente claro e transparente.
Foram dezenas e dezenas de páginas de estudos, compostos quase que unicamente por passagens bíblicas, que demonstravam claramente que o Tanakh e o Novo Testamento falam de realidades muito distintas. Mashiah Ben Dawid, o descendente davídico segundo o Tanakh, é apenas um simples governante e tem papel bastante limitado na redenção de Israel, e certamente não é objeto de fé. Fazer de tal figura objeto central de fé é muito diferente de se crer na restauração do trono de Dawid. Um rei davídico não é um ser divino, nem é mediador entre o homem e o Eterno. Tais conceitos são completamente ausentes do Tanakh.
Além disso, uma verificação aprofundada dos textos do Novo Testamento que fazem referência ao Tanakh revela que este último é utilizado totalmente fora de contexto. Não é preciso muito esforço para perceber tais coisas, e convido o leitor a ler nosso material a esse respeito, e tirar suas próprias conclusões.
Em paralelo aos escritos, tive longas conversas por telefone, Skype e outros meios com pessoas que estavam assustadas com o processo. E, ao mesmo tempo, precisei lidar com o banho de sangue sobre minha própria pessoa e reputação, uma vez que a maioria das pessoas prefere matar o mensageiro a ouvir a mensagem. É como assassinar um médico que lhe traz notícias de uma enfermidade, mesmo que a indigestão da verdade seja necessária para se atingir a cura.
Meu e-mail e perfil online se tornaram alvo de ameaças – físicas e ‘espirituais’, além de insultos dos mais variados. Nos fóruns e grupos afins, destilava-se mentiras e teorias da conspiração. Claro, poucos vieram falar comigo para ouvir de mim sobre qualquer coisa, pois, novamente, a maioria das pessoas teme a verdade. É mais fácil demonizar aquilo que é incômodo, do que lidar com a situação. E, infelizmente, algumas instituições religiosas optam conscientemente por manter as pessoas numa imaturidade emocional muito grande.
Finalmente, depois de muito esforço, consegui efetivar minha teshuvah, isto é, o meu retorno para o meu povo, para o meu lar, para a segurança de uma fé plenamente pautada na revelação que Elohim deu ao Seu povo; povo do qual tenho orgulho de fazer parte, e cuja história e missão tão especiais podem ser testemunhados pelo milagre de sua própria existência, mesmo quando perseguido pelos maiores poderes do mundo.
Evito falar em conclusão da teshuvah, porque creio que não apenas eu, mas todo o povo judeu, deve buscar incessantemente se aproximar cada vez mais dos preceitos da Torá. Quero olhar para trás, daqui há dez anos, ou mesmo daqui a trinta ou quarenta anos, e observar que a Torá continua a transformar a minha vida.
Hoje, dedico uma porção do meu tempo a auxiliar outras pessoas a concluírem a mesma caminhada, e a se libertarem de todos os enganos. Não se deixe enganar! Pesquise, leia, questione, pois a verdade nunca pode temer tais atitudes. Se alguém te ameaçar por procurar a verdade, saiba que ou visa te escravizar, ou é também uma vítima de escravidão.
Essa é a minha história. Ou, pelo menos, parte dela. Os próximos capítulos ainda serão escritos, mas não mais como um tinoq shenishbah (uma criança judia cativa), e sim como alguém que encontrou a liberdade e a redenção no único e verdadeiro Elohim de Israel.
Minha história é também uma prova de que o Eterno não se esquece do seu povo, e que mesmo o judeu mais afastado e criado em meio às trevas da idolatria pode ser por Ele recuperado:
“Lembra-te destas coisas, ó Ya’aqov, e Yisrael, porquanto és meu servo; eu te formei, meu servo és, ó Yisrael, não me esquecerei de ti.” (Yeshayahu/Isaías 44:21)
Sha’ul Bensiyon
Abril/2013