Tisha Be’Av – O que é? E como observar?

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Tisha Be’Av – O que é

Tisha Be’Av significa literalmente “o nono dia do mês de Av”. Isto é, o nono dia do quinto mês do calendário judaico. É um jejum muito antigo para o povo judeu, e é citado no Tanakh (Bíblia Hebraica) em Zc. 8:19.

Nesse dia, lembramos de alguns dos episódios mais tristes que ocorreram ao povo judeu. Citaremos aqui os três principais.

O primeiro foi quando o povo, saído do Egito, murmurou contra o Eterno e foi impedido de entrar na terra prometida por 40 anos.

O segundo foi quando o Primeiro Templo foi destruído pelos babilônios. O terceiro foi quando o Segundo Templo foi destruído pelos romanos.

Em todos os casos, nosso povo pecou contra o Eterno. Por essa razão, expressamos a Ele o nosso arrependimento. No Judaísmo, o jejum é uma expressão exterior do arrependimento.

O que fazemos nessa data?

Praticamos o jejum, que é a abstinência de alimentos, sólidos ou líquidos, e também de água. Observamos isso desde o início da data, ao pôr-do-sol, até o anoitecer do dia seguinte.

Quando a data coincide de cair no Shabat , o jejum é feito no dia seguinte. Isto é, começa depois do anoitecer de sábado, já que o Shabat é uma solenidade festiva, e não uma data de tristeza. Esse é o caso em 2016, e por isso começaremos o jejum no dia 13/08.

Antes de praticar o jejum, consulte um médico sobre suas condições físicas, especialmente se você toma algum medicamento. O jejum só pode ser praticado se não colocar sua saúde em risco. E se você passar mal durante o jejum, é obrigatório se alimentar imediatamente.

Se você não consegue fazer o jejum, e deseja simbolicamente se abster, por exemplo, de comer alimentos gostosos, ou de doces, lembre-se que quando fazemos o melhor que podemos, isso é sempre válido perante o Criador, mesmo quando não é prática comum.

E mesmo que você não faça qualquer jejum, há ainda outras formas de participar.

Nessas datas, também evitamos coisas prazeirosas, e também nos embelezarmos com roupas alegres, maquiagens, etc, pois o espírito desse dia é de tristeza e arrependimento.

Podemos tomar banho, lavar as mãos e a boca, desde que seja para fins de higiene, e não para fins de prazer. Isto é, não é dia para você tomar aquele banho demorado de banheira enquanto escuta música, nem para passar perfumes.

O ideal é não trabalharmos, e dedicarmos este dia para orar pelos pecados de nosso povo, assim como pelos nossos, e de nossos familiares, conforme diz a Torá em Lv. 26:40. Mas, se for necessário trabalhar ou estudar, não é proibido.

Especialmente nessa data, não estudamos a Torá, nem textos que falem de coisas boas. Ao invés disso lemos textos de tristeza e arrependimento, que são compatíveis com a data. Por exemplo: Ekhá (Lamentações de Jeremias) ou profecias sobre as consequências do pecado.

Não encare essas coisas como uma lista de “podes” e “não podes”, mas sim como um ensinamento sobre o espírito da coisa. Isto é, sejamos coerentes com o propósito da data.

E se você não consegue fazer tudo, não fique cheateado! Faça o melhor que puder, e eleve ao Eterno o seu arrependimento, e Ele ouvirá a sua voz, pois a Bíblia diz:

“Os sacrifícios para Elohim são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Elohim.” (Tehilim/Salmos 51:19 – 51:17* em algumas versões)

Lembre-se: Muita gente se preocupa com tudo o que pode e o que não pode nesse dia, mas se esquece do essencial, que é preparar o coração, e voltar-se para Ele em arrependimento.

Fonte: Mishnê Torá – Sefer Zemanim – Hilkhot Ta’aniyot 5

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